quinta-feira, dezembro 28, 2006

2007 vem chegando...


...e eu estou aqui matutando com meus botões invisíveis, o que escrever para vocês nesse fim de ano. A tradição reza que devemos desejar prosperidade, luz, sucesso e todos esses clichês impressos em cartões nas papelarias. Não sei, não me lembro do que desejei ano passado, não queria ser repetitiva... vamos tentar.

Acho que ano-novo combina com festa, com abraços, com um porre de leve pra não trazer ressaca assim no primeiro dia e muitas risadas. Esse deveria ser o clima do restante do ano, mas nem sempre conseguimos, não é? Então eu desejo que em 2007 possamos ao menos tentar ter mais fins de tarde agradáveis com os amigos em algum boteco da cidade, rir das piadas sem graça de alguém só para não deixá-lo constrangido, tomar mais banho de mar, telefonar mais vezes ao invés de deixar recados no Orkut e visitar a casa das pessoas saindo um pouco da janelinha do MSN.

Que em 2007 nos vejamos mais, nos abracemos mais, bebamos mais vodcas juntos e possamos trocar idéias e muito mais calor humano. Que esse novo ano te traga mais amores e, se até agora não chegou, o amor da sua vida. Nem que você tenha que descobrir que precisa se amar antes, de verdade e, finalmente resolva fazê-lo.

Aceite os desafios, reinvente-se, seja uma pessoa melhor. Tenha medo não, a vida tá aí é pra ser aproveitada como uma ladeira de Olinda no carnaval, cheia de cores, música, calor e beijo na boca.

Feliz ano novo!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

É...

Então é Natal. E ontem eu fui à missa, acompanhar minha mãe que pela primeira vez vem à minha casa diretamente de Recife. No caminho, um quase assalto. Um rapaz, na verdade um menino, numa bicicleta, mais metido que larápio. Disse um punhado de coisas a ele, peguei minha mãe pela mão e segui adiante sem ligar para as ameaças infundadas de quem estava armado só de coragem e uma mão por baixo da blusa. Susto. Isso, de certa forma, acabou com minha noite. Ou quase. Descobri que não tenho mais paciência para ir à missas. Segundo Marcelo, ou ainda não tenho idade ou passei dela, é por aí mesmo. Não me emocionam esses rituais de uma igreja que tem uma platéia classe média, todos tão enfeitados achando linda a apresentação das crianças da comunidade carente. O discurso vazio que de disdiz a cada minuto. Não, definitivamente, não sou moça de ir à missas. Prefiro os rituais profanos, as festas de rua, as procissões, os reisados e os maracatus. Gosto de fé, não de encenação de fé. Não dessa. Não é amargura, é descontentamento. A noite seguiu, mas ainda estou pensando nessas pequenas coisas... manhã de conversas, filha sendo mãe, mais uma vez. Algo precisa mudar ou será que sou eu quem não quer mais ser a mesma? É. É isso. Agora vou ali, curtir a família que se formou dentro das paredes coloridas da minha casa. Isso sim me traz felicidade.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Por enquanto

Faço crônicas imaginárias. Observo as pessoas que passam por mim, no ônibus, apressadas pela rua, nos corredores do meu trabalho, embaixo da minha varanda e cinco segundos depois elas já têm um enredo completo dentro da minha cabeça. Já sei que cor gostam de usar, música que querem ouvir, se saem em dias de chuva para tomar banho no meio do pátio, se brigaram com os pais ou se estão escondidas de alguém. Daria um livro se eu tivesse paciência para escrever. Essa é uma virtude que me falta em dias como os últimos. Não há grandes explicações ou teorias mirabolantes para minha irritação. É cansaço, angústia, desejos ainda não realizados. Aí eu respiro, me calo e sigo adiante. Às vezes isso me faz bem, calar. Preciso que as coisas se ajustem aqui, entende? Não é você, sou eu. Desculpa esfarrapada, eu sei, mas é a única que posso dar. Por enquanto. Juro. Palavra que vou resolver e você vai me ajudar, só não vai ser agora. Quero ficar ainda um pouco olhando pelo vidro do ônibus, criando realidades paralelas e vidas onde eu decido qual vai ser o próximo passo. Vou ensaiando. Aí, só por hoje, vamos dançar, aquela dança que voce tava me ensinando, pra lá e pra cá, deixando tudo ir pro lugar, inclusive nós dois. Pra não se perder, pra gente se achar. De novo.