segunda-feira, julho 27, 2009

Mudando

Nossa! Como a vida anda em 25 dias... desde a última vez que escrevi aqui, muita coisa aconteceu. Fiz 30 anos e comemorei com festa grande, muita cachaça (literalmente), amigos e sem a presença do marido que ficou preso em compromissos profissionais e não conseguiu passagens. Mudei do apartamento em que vivi por cinco anos para a casa de uma família querida e amiga que praticamente me obrigou a não mais ficar sozinha. Fui bem acolhida, cuidada e morei há três quarteirões do SENAC, aonde dou aula à noite. Nunca cheguei tão rápido ao trabalho! Por sinal, uma turma desafiadora, a maior que já tive nesse curso, 21 alunos hávidos por conhecimento. Tive crise de garganta, perdi a voz, gripei e passei 4 dias entre Recife e Maceió curtindo e me despedindo de minha mãe e irmã. Ganhei uma sobrinha, a gata Nikita e seus pulos malucos pelos sofás e prateleiras da casa de mainha. Andei de carro com minha irmã dirigindo, pegamos a BR e nem morremos. Saravá. Sofri, chorei, contei moedas, consolei o marido, achei que o casamento poderia estar degringolando, odiei a distância, xinguei a saudade, perdi meu rumo. Respiramos fundo e tomamos juntos a decisão necessária e o universo conspirou. Em meio a uma crise de coluna, insônia e uma gripe que insiste em não sair de mim, recebi um telefonema que mudou tudo. O trabalho que escolhi há dois meses me escolheu também e dia 03 de agosto começo no novo emprego lá em Brasília. Meu coração está apertado por tudo e sobretudo por todos que ficam, mas descobri que estou fazendo as coisas direito. Minha cabeça está a il, nem sei como ordenar as idéias, só sei que é um atropelo de sentimentos, de vontades, de obrigações e um misto entre calmaria e euforia. Nesta quinta, dia 30 desembarco lá só com as roupas, bolsas, sapatos, meu notebook e a certeza de que vai dar certo. Dedos cruzados!

quinta-feira, julho 02, 2009

Lendo

"É totalmente humano, então, ser um nostálgico, e a única solução é aprender a conviver com a saudade. Talvez, para nossa sorte, a saudade possa transformar-se, de algo depressivo e triste, numa pequena chispa que nos dispare para o novo, para entregar-nos a outro amor, a outra cidade, a outro tempo, que talvez seja melhor ou pior, não importa, mas que será diferente. E isso é o que procuramos todo dia: não desperdiçar em solidão a nossa vida, encontrar alguém, nos entregar um pouco, evitar a rotina, desfrutar da nossa fatia da festa."

Do livro "Trilogia suja de Havana", de Pedro Juan Gutierrez.