quinta-feira, abril 24, 2008
Comício em beco estreito
quarta-feira, abril 23, 2008
De saco cheio
Aí quando não se tem mais o que dizer, dividem as "notícias" em três blocos no jornal, repetindo as mesmas coisas. Ontem, seis e meia da manhã, a repórter solta a pérola: "Pois é, fulano de tal, estamos aqui na frente do prédio da família da madrasta, mas está tudo calmo, sem manifestações e entra e sai, mas esperamos agitação ao longo do dia". Ok. Ela esperava que às seis e meia da manhã a rua estivesse bombando, os manifestantes tivessem dormido na frente do edifício e àquela hora já berrassem com cartazes na mão ou algo parecido? Gente, seis e meia da manhã! Dá pra entender?
É uma esquizofrenia por completo essa cobertura, o que se chama de jornalismo. Todos falando sobre tudo a cada minuto, com medo de perder o furo. Os repórteres dão qualquer notícia, desde conversar com os chamados especialistas para analisar comportamento, se a menina ia morrer mesmo caso não tivesse sido jogada até mostrar as cenas da mãe como se fosse uma pop star com direito a conversas com artistas como Xuxa e Zezé di Camargo. Teorias infinitas. É muito CSI no juízo. Salve Grissom, que trabalha com as evidências.
Não vou entrar no mérito de culpados e inocentes, não sou eu quem vai desvendar esse mistério, mas eu acho que já chega. Estou mais preocupada com as crianças que morrem a cada minuto, de violência familiar, de fome, de abandono, de frio, de negligência. Os culpados merecem ser punidos? Sem dúvida, mas nós também porque enquanto esse circo não se desarma, não nos preocupamos com a vida, com a ética, com o próximo. Só apontamos o dedo na ferida, afinal, não erramos, somos seres perfeitos que podem julgar com isenção as atitudes de todas as pessoas ao nosso redor, não é mesmo?
segunda-feira, abril 14, 2008
Viva o ladrão!
quinta-feira, abril 10, 2008
Há dias assim...
É realmente uma coisa muito incômoda aquele exame. Você lá, tentando se concentrar em qualquer coisa menos que tem alguém xumbregando suas partes íntimas e a médica a te fazer perguntas e conversar amenidades. Tudo aparentemente normal, aí de volta à mesa de atendimento e não a outra de exames, mais aliviada... muitas folhas com exames, hemograma, diabetes, mamografia, citologia, tudo quanto é "ia" como terminação médica. Eu, encolhendo na cadeira e ficando azul. Ela, delicada - eu gostei dela, de verdade - viu meu desconforto e explicou o porque de tudo aquilo. É que tenho vinte e oito anos e preciso me cuidar. Não há nada aparentemente errado afora o meu excesso de peso gritante. Ela é obstetra também, então quando atende uma paciente já a imagina gestante e, no meu caso, não deve ter sido uma (pre)visão saudável. Há um mês achei que poderia estar grávida e isso me apavorou. Fiquei surpresa em perceber que era muito mais pelo aspecto do corpo - porque engordaria ainda mais e adeus coluna - que pelas outras dificuldades. Jurei para mim mesma que se não estivesse iria cuidar disso, me prepararia melhor. Responsabilidade, meu povo.
Hoje me dei conta que desde que casei engordei 25 quilos. Em quatro anos. Não tinha sentido o impacto disso até me pesar naquele consultório. Não tinha entendido a gravidade disso até a médica listar os exames e cuidados que devo ter. Eu, que sempre fui saudável, que não pego nem gripe. Aí saí de lá aos prantos, não pela parte estética, entendam. Nunca me senti - senti e não fui, vejam bem o verbo - tão bonita e nunca fui tão amada - verbo ser, dessa vez - em toda a minha vida. É outra coisa. É coluna com hérnia de disco, é pressão alta, é diabetes, é uma ruma de coisa que não deveria estar na minha vida e que hoje entendi que pode haver essa possibilidade.
OK. Tudo faz parte de um outro processo. O de ter sim uma tripla jornada quando chego em casa. O de estar infeliz no emprego que paga bem mas me desgasta ao limite do suportável. O de assumir responsabilidades que não deveriam ser minhas, ou pelo menos não só minhas. O de querer ter um pouco de prazer nas coisas gostosas que enchem meu prato ou de simplesmente não ter que obedecer a regras nos meus momentos de folga. O marido leu todas essas angústias pelo MSN - eu não tinha como falar sem chorar mais - e agora temos um pacto. Não de cobranças, nem de controle mas de nos ajudar. Eu preciso cuidar da saúde sim e isso há tempos não é uma coisa de beleza. É necessidade.
Não quero entrar na paranóia, virar rata de academia, fazer cirurgia, tomar produtos emagrecedores, shakes, comprimidos, comer só folha e beber água. Não é nada disso. Não vai ser a qualquer custo. Eu preciso de prazer na minha vida e isso inclui também um bom brigadeiro de panela de vez em quando e tomar uma cerveja gelada quando eu bem entender. Hei de encontrar um equilíbrio. E esse post foi um desabafo tão grande que eu já estou mais leve, pelo menos de consciência.
terça-feira, abril 08, 2008
E essa chuva?
domingo, abril 06, 2008
Eu, eu mesma e o apartamento
O bacana em ter a casa só pra mim é que posso exercitar essa coisa de estar comigo mesma. Relaxar e não ter que ter tudo arrumado, deixar uma ou duas roupas em cima da cama, não lavar pratos e nem fazer comida saudável. É um bom exercício de desapego para usar no dia-a-dia. Acho que me tornei rígida demais e isso contrasta com a minha personalidade antes tão leve. Não quero ser uma velha rabugenta aos vinte e oito anos. Algo precisa ser mudado e a atitude tem que ser minha. No almoço fiz um prato lindo, só pra mim e tive prazer em comer devagar com uma taça de vinho. É... como disse minha companheira de Blog de cartas, dona Briza linda, eu hoje também gosto mais da minha companhia. Há luz no fim do túnel, querido leitor.
quarta-feira, abril 02, 2008
Se eu fosse...
Se eu fosse um mês seria...
Fevereiro
Se eu fosse um dia da semana seria...
Quinta-feira
Se eu fosse um número seria...
2
Se eu fosse um planeta seria...
Saturno
Se eu fosse uma direção seria...
Noroeste
Se eu fosse um móvel seria...
Uma rede - que nem é móvel mas faz de conta.
Se eu fosse um líquido seria...
Vodca
Se eu fosse um pecado seria...
Gula
Se eu fosse uma pedra seria...
Rosada
Se eu fosse um metal seria...
Prata
Se eu fosse uma árvore seria...
Mangueira
Se eu fosse uma fruta seria...
Pitanga
Se eu fosse uma flor seria...
Multicolorida
Se eu fosse um clima seria...
Aquele de fim de tarde na praia
Se eu fosse um instrumento musical seria...
Uma alfaia
Se eu fosse um elemento seria...
Água
Se eu fosse uma cor seria...
Laranja
Se eu fosse um animal seria...
Um gato
Se eu fosse um som seria...
De batuque
Se eu fosse uma letra de música seria...
Coração Selvagem - Belchior
Se eu fosse uma canção seria...
Risoflora - CSNZ
Se eu fosse um estilo de música seria...
Maracatu
Se eu fosse um perfume seria...
Flor de Pitanga - Natura
Se eu fosse um sentimento seria...
Felicidade
Se eu fosse um livro seria…
Água Viva - Clarice Lispector
Se eu fosse uma comida seria…
Macarrão com molho ao sugo
Se eu fosse um lugar seria...
Olinda
Se eu fosse um gosto seria...
De suor
Se eu fosse um cheiro seria…
Bife acebolado na chapa
Se eu fosse uma palavra seria…
Coragem
Se eu fosse um verbo seria…
Arriscar
Se eu fosse um objeto seria…
Caneta
Se eu fosse uma roupa seria…
Saia florida
Se eu fosse uma parte do corpo seria…
Olhos
Se eu fosse uma expressão seria…
"Fantástico!"
Se eu fosse um desenho animado seria…
Caverna do Dragão
Se eu fosse um filme seria…
Pequena Miss Sunshine
Se eu fosse forma seria…
Círculo
Se eu fosse uma estação seria…
Primavera
Se eu fosse uma frase seria…
"Eu acho que, quando não escrevo, estou morta." (Clarice Lispector)
E tu?