Vamos dizer que hoje deu vontade de fazer listinhas. Daquelas de resolução de fim de ano, sabe como é? Pois foi.

A partir de amanhã, sexta-feira começo a batalha para alcançar esses desejos. É que a vida precisa ser mais cheia de realizações, eu acho. Quero rever daqui a um ano como anda a minha capacidade de transformar sonho em vida real. São coisas banais mas que, nem sei porque, deixei de fazer. É hora de retomar as rédeas. Vamos lá.

- Caminhar todos os dias da semana durante pelo menos 1 hora;
- Tirar a carteira de motorista (pois é, 30 anos na cara e não tenho);
- Parar de comer pão durante a semana;
- Ir a um samba de qualidade pelo menos uma vez por semana;
- Arrumar um segundo emprego ou um que pague melhor;
- Fazer terapia;
- Tirar os cisos;
- Decorar a casa com a minha cara;
- Xingar mais;
- Conhecer mais lugares interessantes em Brasília;
- Viajar uma vez por mês pelo menos;
- Deixar os cabelos crescerem;
- Fazer matrícula e frequentar aulas de Pilates;
- Aprender uma língua nova;
- Dar risada gostosa todo dia.

Updates:
- Passar mais tempo com os amigos, novos e antigos;
- Ver mais as pessoas queridas pessoalmente e menos virtualmente

Essa lista terá continuações. Sempre que lembrar de algo venho aqui e acrescento. Saravá!

Os cabelos mudam de cor querendo mudar a mulher que os carrega pesados nos ombros. As coisas espalhadas pela casa provocam estranhamento, raiva, tristeza, euforia e pena. Por onde caminhar nessas ruas tão novas de terra vermelha e de falta de gentes? Uma imensa vontade de jogar todas as roupas fora, comprar tudo novo, mudar de cidade mais uma vez, sair correndo pela vizinhança e num passe de mágica esquecer tudo. Poderia sentir novamente a tranquilidade que antes era sua companheira, não essa loucura de agora. Não mais a montanha russa, o descontrole, a autosabotagem. É preciso ser forte. É mesmo? Já não estava saturada disso? Tinha decidido, era melhor guardar as decisões para sim, procurar um terapeuta e não tentar explic. ar o que era impossível. Era uma mulher à procura de si e isso não se compartilha, se vive egoisticamente. Ela sabia, sofreria, mas quando foi que não sofreu? Era hora.

"Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos". Clarice Lispector

Gripada de novo. Aliás, ainda. Gripe mal curada é um problema: quando você acha que está abalando, gozando de boa saúde e pode tomar vários porres, sair para dançar e encarar o ar condicionado ela volta e te mostra o quão frágil você ainda está. Voltei à rotina de tomar mais vitamina C, muito líquido e repouso. No trabalho, todos com medo de adoecer. Basta eu espirrar que já abre uma clareira ao meu redor. Culpa dessa tal de H1N1 que assombra o mundo. Fui mandada para casa ontem e não voltei, mas hoje resolvi ficar em pleno descanso. A casa está mais arrumada, tenho um edredon azul com flores brancas e nossas roupas estão em araras. É que o apartamento é pequeno, se colocar um guarda-roupa acabou-se o quarto. Fica com um visual meio de loja, acho engraçado. Próximo passo é uma TV. Pois é, mais de mês vendo o jornal no trabalho. Nem sei a quantas anda essa novela das oito. Quer dizer, até sei, só se fala nisso, né? Maya, Gopal, Yvone e tome música indiana. Daqui a pouco começa a outra do Manoel Carlos e a trilha sonora vira bossa nova. Confesso, quero uma TV para ter canais a cabo. Fico um pouco sem paciência com a programação normal. Tenho baixado músicas e já quero comprar o novo Cd de Otto "Certa Manha Acordei De Sonhos Intranquilos". Recomendo muito, se possível, ouçam com uma cachacinha de lado. É dor, é separação mas é boemia também. A guitarra de Catatau novamente se destaca e adoro ouvir um Otto aos berros com os sentimentos à flor da pele. No mais, a vida vai tomando forma nos meus dias no cerrado. Eu sigo achando bom.