segunda-feira, setembro 25, 2006

Foi assim

E eu descobri que Recife não é mais minha casa. Não sou mais de lá, sou estrangeira, sou visita e não sinto assim tanta tristeza por isso. As ruas são as mesmas, mas cada um seguiu sua vida. Os bares continuam nos mesmos lugares, o Empório Sertanejo tem o melhor queijo acebolado, mas tem mesas vazias num sábado à tarde e não tive companhia para dançar na noite pernambucana. Estranho reconhecer os sons, os cheiros e não mais pertencer aquilo. Mais estranho ainda é não querer mesmo pertencer. Estou digerindo ainda tudo. A casa de minha mãe é a dela, não é mais a minha. Sou ciceroniada, recebida com banquetes, apresentada aos amigos como a que mora fora. Meu corpo já nem cabe na minha cama antiga, estranha os sons que ela faz e o ritmo das rotinas das pessoas que dormem nos outros cômodos. Acho que finalmente saí de casa. Fiquei adulta e nem percebi.
Comentários:
Não é estranho quando algo que antes era tão nosso passa a fazer parte de um lugar distante? Fica apenas no lago doce da memória.

Beijos com carinho.
 
Eu senti isso quando São Paulo não cabia mais no meu desejo.
 
Vanzinha, que texto tão bonito. e que saudade tão grande essa que eu sinto de tu. carinho e mais carinho, carol.
 
É assim que me sinto quando retorno à casa de minha mãe, Van. No meu caso, 16 anos longe da terra que me viu nascer. Hoje sou daqui, acho. Um grande beijo!
 
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