segunda-feira, dezembro 11, 2006

Por enquanto

Faço crônicas imaginárias. Observo as pessoas que passam por mim, no ônibus, apressadas pela rua, nos corredores do meu trabalho, embaixo da minha varanda e cinco segundos depois elas já têm um enredo completo dentro da minha cabeça. Já sei que cor gostam de usar, música que querem ouvir, se saem em dias de chuva para tomar banho no meio do pátio, se brigaram com os pais ou se estão escondidas de alguém. Daria um livro se eu tivesse paciência para escrever. Essa é uma virtude que me falta em dias como os últimos. Não há grandes explicações ou teorias mirabolantes para minha irritação. É cansaço, angústia, desejos ainda não realizados. Aí eu respiro, me calo e sigo adiante. Às vezes isso me faz bem, calar. Preciso que as coisas se ajustem aqui, entende? Não é você, sou eu. Desculpa esfarrapada, eu sei, mas é a única que posso dar. Por enquanto. Juro. Palavra que vou resolver e você vai me ajudar, só não vai ser agora. Quero ficar ainda um pouco olhando pelo vidro do ônibus, criando realidades paralelas e vidas onde eu decido qual vai ser o próximo passo. Vou ensaiando. Aí, só por hoje, vamos dançar, aquela dança que voce tava me ensinando, pra lá e pra cá, deixando tudo ir pro lugar, inclusive nós dois. Pra não se perder, pra gente se achar. De novo.
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