sábado, fevereiro 24, 2007

Sábado

As coisas voltam ao normal aos poucos. Muito a se falar do carnaval e das minhas duas semanas de férias. Mas hoje não, hoje é dia de descanso, porque hoje, é sábado.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

É que somos todos seres humanos

desconfiança - s. f., falta de confiança; suspeição; receio de ser enganado; ciúmes.

Mas que magoa, ah, magoa.

Passarás. Para os dois. Saravá.

sábado, fevereiro 03, 2007

Como salvar a Ilha de Moçambique?

Uma das vantagens de trabalhar onde trabalho é o contato que posso ter com as pessoas, sobretudo as de cultura tão diferente da nossa. Ontem foi dia de divulgar a exposição fotográfica "Como Salvar a Ilha de Moçambique?" para os veículos de comunicação locais. Fui conversar com o curador para ter maiores detalhes, um senhor moçambicano muito magro, de gestos contidos, sorriso raro mas largo, óculos maiores que seu rosto fino e uma voz suave mas que sabe ser firme quando pede algo de que precisa. Foi quase uma hora de conversa. Eu já tinha as informações de que precisava, mas não pude deixar de querer ouvir as tantas histórias das quais me falava. Do quanto o trabalho que ele fazia hoje representava para seu povo, que quem deviam aparecer eram as Mulheres Moçambicanas (da Ong Círculo das Mulheres de Moçambique), que a discussão sobre o que se fez da Ilha (vejam bem, a Ilha de Moçambique e não Moçambique) durante e agora no pós-guerra. Fiquei completamente apaixonada pela história desse povo que enfrentou os portugueses pela sua independência. Ele, o curador, Carlos Magalhães, participou da luta armada, viu amigos morrerem por esse sentimento de liberdade. Os quase 20 anos de guerra civil, terminada em 1992, devastaram a nação: deixaram 1 milhão de mortos e milhares de minas terrestres, que continuam matando e mutilando civis. Corri de um lado pro outro, fechei entrevistas, rádio, tv, todos os jornais. recebi os parabéns dos superiores mas gostei mesmo foi quando cheguei à Galeria de Artes onde Carlos montava a Exposição e ele veio me falar com seu sotaque luso-africano e os olhos marejados num rosto talhado pela luta: "Muito obrigada pelo que você fez, você me fez vibrar hoje, significa que eu consegui passar a minha mensagem." E eu sei que não estava fazendo apenas o meu trabalho. Essa é a paixão que me move, é perceber que tem gente que não espera apenas que façam as coisas por ela, mas cria oportunidades, move céus e terras, vai conversar, sai da sua terra Natal para mostrar o mundo o que realmente importa, esquece do particular e cria uma verdadeira coletividade. É nisso que eu acredito e pelo que luto.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

No tempo da delicadeza?

Era uma tarde tranqüila de trabalho quando fui convocada, vejam bem, CON-VO-CA-DA para uma discussão pelo MSN sobre quem era Brava e quem era Mulherzinha. Bem, bem, lá vamos nós. Solte quatro jornalistas falando, cada uma com uma teoria mais torta que a outra pra ver o que é bom pra tosse. Quase endoido com tanta letra de uma vez. Mas como era pro bem geral da Nação, ou seja, de Ana Cristina, fomos lá discutir. Um: eu não sou mulherzinha. Dois: eu não sou Brava. Então que porra eu sou? Eu sei lá, só sei que odeio esses rótulos supérfluos. Adoro pintar meus cabelos, deixá-los cheirosos e hidratados e freqüento salão de beleza todo mês pra fazer depilação. Sou fresca por isso? Creio que não. Gosto de andar bonita e cheirosa, bem arrumada mas procure um tailler e um salto alto no meu armário (armário e não closet) pra ver se acha algum. Apesar de precisar estar bem arrumada no trabalho, minhas bolsas coloridas, sandálias baixas e rosto lavado têm espaço cativo na minha vida. Exceto em emergências como reuniões com os diretores, presidentes de sindicatos, editores, essas personalidades em quem você precisa causar certa boa impressão, porque aí não tem como correr da escova no cabelo, mas podendo evitar...

Por outro lado, não sou delicada, não no sentido fino da palavra. Sou uma mulher grande, de gestos largos, de ossos largos, como poderia ser "leve"? Só se engolisse dez quilos de algodão doce e pipoca. Não gosto de depender de ninguém pra nada, nem de mãe, nem de marido. É uma coisa ruim em certos momentos, confesso, mas me angustia isso. Será que sou controladora? Ixe, tomara que não, nem gosto de controle remoto, quanto mais de mandar na vida dos outros. Não tenho paciência com frescuras em relacionamento, com inseguranças...

A melhor definição para isso tudo nem saiu da conversa entre as meninas, mas num papo rápido enquanto fazia compras no super-mercado ontem. Relatando minhas impressões sobre esses assuntos, ele me interrompeu e soltou um: "meu amor, você é muito macho, graças a Deus". Pois é. Graças.