terça-feira, fevereiro 05, 2008

Das coisas lindas que eu leio

No mar sem hipocampos

Assim que anoiteceu, saiu para pescar. Peixes não, estrelas.
Afastou-se da casa, atravessou um campo até o seu limite.
Na linha do horizonte, sentado à beira do céu, abriu a caixa das frases poéticas que havia trazido como iscas.
Escolheu a mais sonora, prendeu-a firmemente na rebarba luzidia.
Depois, pondo-se de cabeça para baixo, lançou a linha no imenso azul, deixando desenrolar todo o molinete.

E paciente, enquanto a Lua avançava sem mover ondas, começou a longa espera de que uma estrela viesse morder o seu anzol.

Marina Colassanti Do livro "Contos de amor rasgados"
Comentários:
q linda pescaria!
quero ler esse livro!


e o carnaval? como foi?
um beijo
 
Ah,a Marina é maravilhosa! Vi em uma entrevista ela contar sobre como resolveu uma pendenga com o marido -outro maravilhoso!- por causa do horário que ele estava chegando do trabalho diariamente. Depois de muito agüentar calada, escreveu um bilhete e deixou à vista para quando ele chegasse à noite. O bilhete falava sobre o pôr-do-sol que ele perdeu de ver, o canto dos pássaros que ele deixou de escutar e os beijos e cheiros que perdeu de ganhar com toda essa paisagem que ela viu sozinha da varanda da casa deles, enquanto o esperava. No outro dia, tudo resolvido. Mais eficaz, impossível! Rs! Beijos da terra do frevo, dona moça:)
 
Kazinha , o carnaval tá descrito bem ali no post acima, ó. Uma coisa eu digo: carnaval longe de Pernambuco, nunca mais! :)

Dani , a Marina é maravilhosa sim, sempre me animam os textos dela.
 
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