quinta-feira, abril 24, 2008

Comício em beco estreito

Eu vi lá em Ivan e adorei. Já conheço Jessier Quirino há tempos e não me canso de ouvi-lo contar seus causos. Se você gostar, pode ir bem acolá no site dele e conhecer um tiquinho mais desse paraibano de voz mansa e de interpretação perfeita. É como estar no terreiro de casa ou no terraço jogando conversa fora com os passantes ou um vizinho. Recomendo deveras.

quarta-feira, abril 23, 2008

De saco cheio

Eu jurei para mim mesma que não ia falar desse assunto. Mas é que, pô, tá demais. Você liga o rádio, tá lá. Aí você liga a TV, bombando! Liga o computador, tá nos portais. Senta pra almoçar, as pessoas falam. Pega ônibus, mesma coisa. Não dá pra não ver ou ouvir, mas eu juro que o caso Isabella não me causa comoção. Não é maldade, pelo contrário. Fiquei chocada, como tantas outras pessoas pela morte, pela perda de uma vida. Mas essa não é a única criança na face da terra que sofre violência e ainda por cima pelos pais. Quantos casos não acontecem no seu prédio, na sua rua, na sua cidade? Por que só esse ganhou tanto espaço na mídia? Por que a Ana Maria Braga abre todos os dias o seu programa com esse tema? A mais nova agora é generalizar e condenar todas as madrastas, é encher a cabeça de pessoas - como algumas da família do meu enteado que hoje mora comigo - que elas são piores que a bruxa da Branca de Neve. Só me faltava essa.

Aí quando não se tem mais o que dizer, dividem as "notícias" em três blocos no jornal, repetindo as mesmas coisas. Ontem, seis e meia da manhã, a repórter solta a pérola: "Pois é, fulano de tal, estamos aqui na frente do prédio da família da madrasta, mas está tudo calmo, sem manifestações e entra e sai, mas esperamos agitação ao longo do dia". Ok. Ela esperava que às seis e meia da manhã a rua estivesse bombando, os manifestantes tivessem dormido na frente do edifício e àquela hora já berrassem com cartazes na mão ou algo parecido? Gente, seis e meia da manhã! Dá pra entender?

É uma esquizofrenia por completo essa cobertura, o que se chama de jornalismo. Todos falando sobre tudo a cada minuto, com medo de perder o furo. Os repórteres dão qualquer notícia, desde conversar com os chamados especialistas para analisar comportamento, se a menina ia morrer mesmo caso não tivesse sido jogada até mostrar as cenas da mãe como se fosse uma pop star com direito a conversas com artistas como Xuxa e Zezé di Camargo. Teorias infinitas. É muito CSI no juízo. Salve Grissom, que trabalha com as evidências.

Não vou entrar no mérito de culpados e inocentes, não sou eu quem vai desvendar esse mistério, mas eu acho que já chega. Estou mais preocupada com as crianças que morrem a cada minuto, de violência familiar, de fome, de abandono, de frio, de negligência. Os culpados merecem ser punidos? Sem dúvida, mas nós também porque enquanto esse circo não se desarma, não nos preocupamos com a vida, com a ética, com o próximo. Só apontamos o dedo na ferida, afinal, não erramos, somos seres perfeitos que podem julgar com isenção as atitudes de todas as pessoas ao nosso redor, não é mesmo?

segunda-feira, abril 14, 2008

Viva o ladrão!

Eu queria dizer que o fim de semana foi dos melhores, tudo para compensar a minha tristeza na quinta-feira. Quem tem um marido lindo como o meu e amigos bons jamais passarão mal. A pérola da semana, quiçá do ano, ficou por conta de Maísa. Se eu fosse vocês clicava bem aqui e lia a história que gerou a frase do século: viva o ladrão!

quinta-feira, abril 10, 2008

Há dias assim...

Hoje foi dia de ir à ginecologista nova e de ouvir muitas verdades inconvenientes. Explico. Há coisa de dois anos não voltava para um preventivo, o que, para quem tem histórico de câncer de mama e diabetes na família não é a melhor opção. Troquei de médica porque a antiga não atende ao meu plano novo e já saí de casa com medo do que eu iria ouvir. Primeira não, mas diria quarta coisa que me disse foi que eu estava muito acima do peso. Pensei comigo, e ela tem o que mesmo com isso? Mas eram oito da manhã, tenhamos piedade das pessoas que acordaram antes de nós e vão ter um dia difícil vendo doenças nas pererecas alheias - sentiram a minha pena?

É realmente uma coisa muito incômoda aquele exame. Você lá, tentando se concentrar em qualquer coisa menos que tem alguém xumbregando suas partes íntimas e a médica a te fazer perguntas e conversar amenidades. Tudo aparentemente normal, aí de volta à mesa de atendimento e não a outra de exames, mais aliviada... muitas folhas com exames, hemograma, diabetes, mamografia, citologia, tudo quanto é "ia" como terminação médica. Eu, encolhendo na cadeira e ficando azul. Ela, delicada - eu gostei dela, de verdade - viu meu desconforto e explicou o porque de tudo aquilo. É que tenho vinte e oito anos e preciso me cuidar. Não há nada aparentemente errado afora o meu excesso de peso gritante. Ela é obstetra também, então quando atende uma paciente já a imagina gestante e, no meu caso, não deve ter sido uma (pre)visão saudável. Há um mês achei que poderia estar grávida e isso me apavorou. Fiquei surpresa em perceber que era muito mais pelo aspecto do corpo - porque engordaria ainda mais e adeus coluna - que pelas outras dificuldades. Jurei para mim mesma que se não estivesse iria cuidar disso, me prepararia melhor. Responsabilidade, meu povo.

Hoje me dei conta que desde que casei engordei 25 quilos. Em quatro anos. Não tinha sentido o impacto disso até me pesar naquele consultório. Não tinha entendido a gravidade disso até a médica listar os exames e cuidados que devo ter. Eu, que sempre fui saudável, que não pego nem gripe. Aí saí de lá aos prantos, não pela parte estética, entendam. Nunca me senti - senti e não fui, vejam bem o verbo - tão bonita e nunca fui tão amada - verbo ser, dessa vez - em toda a minha vida. É outra coisa. É coluna com hérnia de disco, é pressão alta, é diabetes, é uma ruma de coisa que não deveria estar na minha vida e que hoje entendi que pode haver essa possibilidade.

OK. Tudo faz parte de um outro processo. O de ter sim uma tripla jornada quando chego em casa. O de estar infeliz no emprego que paga bem mas me desgasta ao limite do suportável. O de assumir responsabilidades que não deveriam ser minhas, ou pelo menos não só minhas. O de querer ter um pouco de prazer nas coisas gostosas que enchem meu prato ou de simplesmente não ter que obedecer a regras nos meus momentos de folga. O marido leu todas essas angústias pelo MSN - eu não tinha como falar sem chorar mais - e agora temos um pacto. Não de cobranças, nem de controle mas de nos ajudar. Eu preciso cuidar da saúde sim e isso há tempos não é uma coisa de beleza. É necessidade.

Não quero entrar na paranóia, virar rata de academia, fazer cirurgia, tomar produtos emagrecedores, shakes, comprimidos, comer só folha e beber água. Não é nada disso. Não vai ser a qualquer custo. Eu preciso de prazer na minha vida e isso inclui também um bom brigadeiro de panela de vez em quando e tomar uma cerveja gelada quando eu bem entender. Hei de encontrar um equilíbrio. E esse post foi um desabafo tão grande que eu já estou mais leve, pelo menos de consciência.

terça-feira, abril 08, 2008

E essa chuva?

Ok, eu consegui chegar ao trabalho. Mesmo esperando 50 minutos por um táxi que não chegou e tendo que recorrer ao o ônibus que no meio de uma avenida grande de Fortaleza foi sendo invadido pela água. Mesmo eu ficando ilhada no meio de outra rua ao descer. Confesso, o desespero tomou conta de mim ao me ver num pequeno pedaço de asfalto cercado de água por todos os lados... o rapaz que vende côco numa carrocinha teve pena e me pegou pela mão me guiando pela rua pra que eu não caísse em nenhum bueiro. É, minha gente, há solidariedade nessas horas. Bem ao contrário do motorista do ônibus que não quis parar no sinal, depois da parada de ônibus, só pra eu não ter que descer no meio daquele alagamento. Chegar aqui eu cheguei, quero ver é conseguir voltar.

domingo, abril 06, 2008

Eu, eu mesma e o apartamento

Aí o marido viajou na sexta-feira. Acho estranho estar nesse apartamento sozinha. Durante o dia é tranqüilo, me ocupo em arrumar casa, hidratar cabelo, ler na cama e ver os seriados que perdi durante a semana. Chega a noite, vai dando uma gastura... primeiro, sim eu tenho medo de assombração. Fico achando que a qualquer momento vou dar de cara com um ser estranho e sobrenatural ou que ele se esconde no meu guarda-roupas. Segundo, existem as baratas. Ok, ok. Elas deram uma trégua e ainda não me atacaram, estão se camuflando direitinho. Mas nada me tira da cabeça que é um plano para me fazer esquecer que semana passada vi uma na cozinha. Elas estão esperando o momento certo, um cochilo, um vacilo e zapt, eu já era. Sim, elas são seres inteligentes, quase alienígenas, tenho certeza e isso vem de hoje não, se você lesse o meu antigo blog iria entender isso bem direitinho. Essa expectativa pelo bote é o pior...

O bacana em ter a casa só pra mim é que posso exercitar essa coisa de estar comigo mesma. Relaxar e não ter que ter tudo arrumado, deixar uma ou duas roupas em cima da cama, não lavar pratos e nem fazer comida saudável. É um bom exercício de desapego para usar no dia-a-dia. Acho que me tornei rígida demais e isso contrasta com a minha personalidade antes tão leve. Não quero ser uma velha rabugenta aos vinte e oito anos. Algo precisa ser mudado e a atitude tem que ser minha. No almoço fiz um prato lindo, só pra mim e tive prazer em comer devagar com uma taça de vinho. É... como disse minha companheira de Blog de cartas, dona Briza linda, eu hoje também gosto mais da minha companhia. Há luz no fim do túnel, querido leitor.

quarta-feira, abril 02, 2008

Se eu fosse...

Se eu fosse um mês seria...
Fevereiro

Se eu fosse um dia da semana seria...
Quinta-feira

Se eu fosse um número seria...
2

Se eu fosse um planeta seria...
Saturno

Se eu fosse uma direção seria...
Noroeste

Se eu fosse um móvel seria...
Uma rede - que nem é móvel mas faz de conta.

Se eu fosse um líquido seria...
Vodca

Se eu fosse um pecado seria...
Gula

Se eu fosse uma pedra seria...
Rosada

Se eu fosse um metal seria...
Prata

Se eu fosse uma árvore seria...
Mangueira

Se eu fosse uma fruta seria...
Pitanga

Se eu fosse uma flor seria...
Multicolorida

Se eu fosse um clima seria...
Aquele de fim de tarde na praia

Se eu fosse um instrumento musical seria...
Uma alfaia

Se eu fosse um elemento seria...
Água

Se eu fosse uma cor seria...
Laranja

Se eu fosse um animal seria...
Um gato

Se eu fosse um som seria...
De batuque

Se eu fosse uma letra de música seria...
Coração Selvagem - Belchior

Se eu fosse uma canção seria...
Risoflora - CSNZ

Se eu fosse um estilo de música seria...
Maracatu

Se eu fosse um perfume seria...
Flor de Pitanga - Natura

Se eu fosse um sentimento seria...
Felicidade

Se eu fosse um livro seria…
Água Viva - Clarice Lispector

Se eu fosse uma comida seria…
Macarrão com molho ao sugo

Se eu fosse um lugar seria...
Olinda

Se eu fosse um gosto seria...
De suor

Se eu fosse um cheiro seria…
Bife acebolado na chapa

Se eu fosse uma palavra seria…
Coragem

Se eu fosse um verbo seria…
Arriscar

Se eu fosse um objeto seria…
Caneta

Se eu fosse uma roupa seria…
Saia florida

Se eu fosse uma parte do corpo seria…
Olhos

Se eu fosse uma expressão seria…
"Fantástico!"

Se eu fosse um desenho animado seria…
Caverna do Dragão

Se eu fosse um filme seria…
Pequena Miss Sunshine

Se eu fosse forma seria…
Círculo

Se eu fosse uma estação seria…
Primavera

Se eu fosse uma frase seria…
"Eu acho que, quando não escrevo, estou morta." (Clarice Lispector)

E tu?