segunda-feira, janeiro 05, 2009

Egoísmo em tempos de hoje

A chegada do novo ano foi com a família reunida em minha varanda. A que elegi e a minha de nascença. Encontros raros de pessoas que se precisaram naqueles dias. Muitas conclusões e duras decisões depois das conversas e observações da convivência. Para mim, é estranho ter em minha casa a minha mãe. Antes a casa era dela, era nossa, eu fazia de um tudo mas a palavra final era dela. A arrumação, as reclamações, as horas de ir e vir. Aqui não. A casa é minha, é meu ritmo e minhas decisões em conjunto com um marido e um enteado. Por mais que me esforce, para ela é desconfortável. Ela é visita.

Minha mãe tem quase setenta anos e quer estar no canto dela. Eu preciso entender e aceitar isso. Sente falta das filhas que hoje moram em estados diferentes e quase nunca se encontram. Ela se esforçou para vir ficar conosco, assim como minha irmã enfrentou o fim de um relacionamento e horas de viagem para nos ver. Todas queriam estar juntas mas aqui, não viam a hora de retomar suas rotinas. Não vejo isso com tristeza, é que crescemos, vivemos outras vidas mesmo. No entanto, nesses dias eu me vi adulta e responsável demais, mãe demais delas e de João. Dessa vez, quem ficou desconfortável fui eu. Não pelas presenças, pelo contrário, me trouxeram grande alegria. Mas pela constatação de que não está tudo assim no eixo como pensei.

Não tenho grandes desejos para 2009. Afora sucesso em meu trabalho, minha empresa, não formulei pedidos mirabolantes, uma casa grande, um carro zero, ganhar na mega-sena. No entanto, sentada na minha varanda, quase meia-noite do dia 31, me peguei pensando em tudo que 2008 foi. Desejei então ser mais independente nos sentimentos. Desejei ceder menos. Ter menos preocupações com os outros. Ser mais ouvida. Pedir e ser atendida nas pequenas coisas. Desejei ser um pouco mais egoísta e não sofrer com isso. Desapegar-me.

É que a vida tem se mostrado tão boa, eu estou querendo tanto dela... ando um pouco cansada de pensar no melhor para os outros e nunca estar em primeiro plano. Talvez eu precise estar bem comigo mesma para dar o melhor aos outros. É um exercício de auto-ajuda mesmo. De conhecimento, de mim, dos meus limites. Está na hora. Se não for agora, nunca será e não quero passar mais um ano com esse aperto no peito. Preciso de liberdade, mesmo que traga algum sofrimento.

Coragem. Para todos nós.
Comentários:
Nesses dias escrevi em meu blog que... para ser feliz é preciso coragem! e é mesmo... sair do comodismo.. e do que está acomodado.. é preciso mover e mover-se... é complicado.. e é interessante...
boa sorte p nós!. bjbjbj
 
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Ô Van ...
Eu senti tantas vezes isso.
É uma lembrança saudosista bonita que nos leva aos tempos na casa de "painho e mainha".
E aí hoje nossa mainha é visita ... estranho ... mas natural.
Mostra que criamos asas e voamos mesmo.

Sobre o teu momento EU, bem, o que dizer dele? Que é necessário? Que realmente tu estando melhor as pessoas que amam também ficarão melhores até pq sentirão que tu tá bem?

Vc tá entrando o ano no caminho certo!

E conte com meu carro peludo pra deixar as idas e vindas mais fofas!

Seja feliz Van van!

Beijos!

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