
Quando Isaar tocava no Comadre Fulozinha, eu ficava abismada sempre com a voz incomum dela. Aliás todas as meninas que foram do Comadre agora estão com trabalhos muito bacanas. Cada uma na sua praia. Mas Isaar, para mim, é uma das cantoras mais fantásticas da sua geração. A minha maior surpresa foi vê-la tão à vontade no palco, tão linda, linda, linda e tranquila diante de uma platéia que foi arrebatada pela sua voz e performance. Entrou de vestido verde, mais magra, confiante, com o cabelo rasta cheio de fitas laranja. Cantou uma, tocou maraca, agradeceu com o sotaque que reconheço tão bem. Tocou outra, brincou com olhares, comandou os músicos com movimentos suaves dos braços, tocou abê, alfaia, dançou sozinha e com o público. A luz do show deixava sua pele azul, verde, vermelha e ela se divertia ali.
Lembrei de um Abril Pro Rock, quando ela ainda era vocalista do Dj Dolores e a Aparelhagem. Era tímida, cantava olhando para baixo, se escondia, não falava com o público. Que surpresa boa encontrá-la assim, confiante, com uma presença de palco que poucas têm. A voz está ainda mais cristalina, mais forte. O som dela é moderno e cheio de poesia, não canso de ouvir, mas não é para todo mundo. Confesso, achei tão melhor ao vivo! Pena que poucas pessoas compareceram ao Balaio Café para vê-la. Teriam encontrado uma artista incrível de quem muito ainda irão ouvir falar, mesmo ela já tendo 10 anos de carreira. Eu recomendo, ouço e quando puder, verei outro show. Nem que seja só no carnaval.
Se quiser ouvir a moça, vai ali no My Space dela.