
E ontem nós fomos ver Cartola - Música para os olhos. Vejam bem, é um desses filmes obrigatórios pra quem gosta de samba. Bom, é fundamental pra quem gosta de cinema, de música e de Cartola. E sim, é possível gostar disso tudo sem exatamente gostar de samba. Fiquei pensando que meu amigo Giovanni precisava ver aquilo ali e entender essa paixão toda pela música brasileira, pela cultura brasileira. Cara, é arrepiante. Vai lá.
Não conhecia muita coisa da vida dele, sabia de histórias que os amigos contavam, cantarolo diversas canções, me encanto com a ternura que aquela figura de nariz engraçado desperta... o filme em si não traz tanto sobre a vida e obra dele, sei que tem muito mais e jamais caberia naqueles minutos de película. Justamente por isso gostei do filme. Acho que, a pretexto de fazer um filme sobre Cartola, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda acabaram por produzir um belo relato sobre as primeiras sete décadas da história do samba. E a beleza da homenagem está em dizer, e provar, que essa história se confunde com a biografia de Cartola, protagonista de seus principais dramas. Agenor, quer dizer, ANgenor de Oliveira era um homem comum, um boêmio, um morador da favela como tantos outros e com um talento que era impossível de ignorar.
As contradições de classe que o samba vive também estão lá, na história de Cartola. Reconhecido e venerado pela classe média alta, por intelectuais e artistas, viveu as dificuldades próprias dos moradores das favelas e dos bairros populares. Lapidar exemplo de tais contradições, que alguns de nossos maiores compositores vivem até hoje, é a história de quando, já famoso, vai trabalhar como contínuo em um Ministério. As vendas de parceria, a transformação dos blocos em escolas de samba, o namoro entre o samba e a bossa nova na década de sessenta, tudo está lá, na história de Cartola.
Mais que viver de samba, Cartola viveu de poesia, de boas amizades e de amor. Apesar de um começo um tanto confuso e uma cena com um djábo de um esqueleto que eu não sei para que serviu, o filme é bom simplesmente porque não há como algo sobre o compositor não o ser. Não há como não se encantar e sair do cinema sem querer ouvir todos os seus sambas e tomar uma cerveja gelada, batucando na mesa do bar e querendo viver em Mangueira, mesmo que a sua escola seja outra e você nem gostasse (veja o verbo no passado) tanto de música brasileira.
Obs.: Algumas informações do texto de André Videira que recebi por email.
Não conhecia muita coisa da vida dele, sabia de histórias que os amigos contavam, cantarolo diversas canções, me encanto com a ternura que aquela figura de nariz engraçado desperta... o filme em si não traz tanto sobre a vida e obra dele, sei que tem muito mais e jamais caberia naqueles minutos de película. Justamente por isso gostei do filme. Acho que, a pretexto de fazer um filme sobre Cartola, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda acabaram por produzir um belo relato sobre as primeiras sete décadas da história do samba. E a beleza da homenagem está em dizer, e provar, que essa história se confunde com a biografia de Cartola, protagonista de seus principais dramas. Agenor, quer dizer, ANgenor de Oliveira era um homem comum, um boêmio, um morador da favela como tantos outros e com um talento que era impossível de ignorar.
As contradições de classe que o samba vive também estão lá, na história de Cartola. Reconhecido e venerado pela classe média alta, por intelectuais e artistas, viveu as dificuldades próprias dos moradores das favelas e dos bairros populares. Lapidar exemplo de tais contradições, que alguns de nossos maiores compositores vivem até hoje, é a história de quando, já famoso, vai trabalhar como contínuo em um Ministério. As vendas de parceria, a transformação dos blocos em escolas de samba, o namoro entre o samba e a bossa nova na década de sessenta, tudo está lá, na história de Cartola.
Mais que viver de samba, Cartola viveu de poesia, de boas amizades e de amor. Apesar de um começo um tanto confuso e uma cena com um djábo de um esqueleto que eu não sei para que serviu, o filme é bom simplesmente porque não há como algo sobre o compositor não o ser. Não há como não se encantar e sair do cinema sem querer ouvir todos os seus sambas e tomar uma cerveja gelada, batucando na mesa do bar e querendo viver em Mangueira, mesmo que a sua escola seja outra e você nem gostasse (veja o verbo no passado) tanto de música brasileira.
Obs.: Algumas informações do texto de André Videira que recebi por email.