quarta-feira, julho 25, 2007

De tudo um tico

Eu confesso: não estou acompanhando nada, absolutamente nada do PAN. Não dá tempo e nem eu tenho paciência. Nunca fui muito chegada a esportes, quando adolescente jogava handebol até que me deslocaram o ombro. Fui fazer dança popular e hidroginástica, muito mais negócio. Sempre achei muito bonito patinação artística e ginástica olímpica. Acompanhei uns jogos de vôlei na época que o Brasil bombou nas Olimpíadas e que eu me lembre só. Jogo de futebol, só do Sport Clube do Recife e na Ilha do Retiro. O esporte que eu gosto mesmo é jogar conversa fora. Dia desses fui esperar o marido sair do trabalho e sentei num banco no balcão do Alpendre, uma mercearia que faz as vezes de bar nos fins de semana e serve umas bebidinhas e queijinhos no fim da tarde. Eu, que só fui fazer uma horinha acabei fazendo amizade com o dono do negócio e recebendo uma verdadeira aula sobre cervejas. Provei umas quatro "famílias" diferentes, deliciosas. Abriu meus horizontes. Tudo bem, tudo bem, isso não faz assim tanto bem ao corpo mas a mente ficou novinha em folha. Por falar nisso, comecei a juntar dinheiro pra comprar uma casa ou um terreninho na Praia da Baleia, aqui no Ceará. Vou precisar de mais nada, só acordar e olhar aquele céu azul, no fim da tarde ver o pôr-do-sol no mar e pronto. A vida pode sim ser simples e não essa doidice em que eu vivo agora. Vou ser pescadora. Nem que seja de ilusões. Saravá.

sexta-feira, julho 20, 2007

Trilha sonora

A melhor coisa que eu fiz nos últimos tempos foi aderir aos fones de ouvido. Pega um ônibus que roda mais que peru doido, põe seus fones e pronto. A vida passa rápido com uma trilha sonora que você mesmo escolheu. Está no trabalho em momentos de sem-noção-total das outras pessoas que não deixam que se concentre, taca os bichinhos nos ouvidos e, puft, passou.

Bom mesmo é ouvir todos os arranjos, a voz suspirada, os comentários por trás da música e a maestria da obra toda, ali no seu ouvido. Como hoje, dia de muito aperreio e sono, meus fones me salvam com Ibrahim Ferrer a sussurrar aos só para mim. Até esqueço que terei que trabalhar amanhã, sábado, às 8h. Mas tem Deus. Saravá.

quarta-feira, julho 18, 2007

Do circo das notícias

Ontem à noite tomei um susto ao dar uma olhada nas últimas notícias antes de dormir. Mais um acidente envolvendo um avião, dessa vez da TAM. Vários mortos, feridos e familiares atônitos. Primeiro pensamento é vasculhar na cabeça se tem alguém conhecido viajando para aquelas bandas. Um certo alívio, não lembrei de ninguém. Dormi pensando nos que estavam e sonhei com LOST. Você se sente pequeno diante de uma coisa como essas. Então, hoje você abre os jornais e só se fala da tragédia. É normal, foi mesmo uma tragédia e de proporções bem razoáveis. Aí, no Bom Dia Brasil, uma repórter solta a pérola: "Apesar de tudo, os funcionários da TAM estão trabalhando normalmente". É o que? Quem consegue trabalhar "normalmente" em uma situação como essas? Em outro flash: "Nosso correspondente em São Paulo foi ao hospital fulano de tal para acompanhar as vítimas que sobreviveram ao acidente. Cicrano, você conseguiu falar com algum familiar? Como eles estão se sentindo?" OK, cara pálida. Imagina que tua família estava no avião, voltando de férias e de repente, bum, explode tudo e agora você não tem mais família. Realmente, há como explicar o que se sente nesse momento? É muita falta de respeito, minha gente. O que mais me incomoda em situações como essa, é de fato a cobertura jornalística. As notícias existem para nos mostrar o que acontece, para que acompanhemos os fatos e possamos usar a informação de forma bacana e não o circo que teimam em armar. Pra quê que eu quero saber a história pessoal de cada passageiro? Porque vende jornal, revista e faz as pessoas chorarem, sobe no Ibope. Cada pessoa que morre é uma comoção sim na família, a dor é enorme para amigos e é de uma importância tremenda para quem o cerca. Mais uma vez, OK. Isso não precisa ser propagado aos sete ventos. As pessoas estão vulneráveis, expostas e ficam lá, sendo vendidas como personagens de romances Júlia ou Sabrina. Existe mercado para isso? Óbvio que sim, há quem goste de comer fezes também, nem por isso acho bonito. Fico profundamente incomodada. Decidi que vou fazer minha parte, ter uma leitura crítica mas não vou me envolver com tanta dor, assim, íntima. É um crime, violação da privacidade, não vou fazer isso. As providências precisam ser tomadas e as histórias de cada um respeitadas mas não é dessa forma. Pelo menos eu não acredito nisso.

segunda-feira, julho 16, 2007

É isso

Há muito tempo eu deixei de acreditar que poderia mudar as pessoas com as minhas palavras e atitudes. Quando não se quer, qualquer desculpa serve. É verdade. Não sou salvação de ninguém. Se me perguntam sobre coisas, eu avalio e digo o que penso. Nem sempre é fácil para quem ouve e muito menos para mim, que digo. Não tenho medo de perder amigos porque não finjo gostar daquilo que eles não são. Temos defeitos, virtudes e eu me dou o direito de gostar das pessoas com o pacote completo. Não significa que passe a mão na cabeça por algo errado que fez ou que concorde com o ponto de vista mesquinho e, tantas vezes, "esperto", na pior conotação possível, que me colocam. Não sou uma mulher perfeita, ao contrário, erro tanto que nem eu acredito nas cagadas que faço mas eu não admito, em possibilidade alguma, que me venham com piadinhas ou se façam de vítimas de situações. Esse é um post irritado sim, porque acho essas coisas de uma falta de respeito sem tamanho não com os amigos mas sobretudo consigo mesmo. Não caio nessa e não vou ajudar ninguém a acreditar nisso. Também podemos ser algozes das situações que nos magoam, é uma questão de ponto de vista e reflexão. É a realidade. Amo as pessoas que escolho para serem parte da minha vida mas não vou deixar que isso me cegue. Então, é isso. Não me perguntem as coisas se não querem ouvir o que penso. Digo e não tenho pena. Às vezes é preciso um solavanco para cair na real. Ou não. Eu é que não gasto vela com defunto ruim, como já dizia meu falecido tio Zeca.

quarta-feira, julho 11, 2007

De samba e encantamento


E ontem nós fomos ver Cartola - Música para os olhos. Vejam bem, é um desses filmes obrigatórios pra quem gosta de samba. Bom, é fundamental pra quem gosta de cinema, de música e de Cartola. E sim, é possível gostar disso tudo sem exatamente gostar de samba. Fiquei pensando que meu amigo Giovanni precisava ver aquilo ali e entender essa paixão toda pela música brasileira, pela cultura brasileira. Cara, é arrepiante. Vai lá.

Não conhecia muita coisa da vida dele, sabia de histórias que os amigos contavam, cantarolo diversas canções, me encanto com a ternura que aquela figura de nariz engraçado desperta... o filme em si não traz tanto sobre a vida e obra dele, sei que tem muito mais e jamais caberia naqueles minutos de película. Justamente por isso gostei do filme. Acho que, a pretexto de fazer um filme sobre Cartola, Lírio Ferreira e Hilton Lacerda acabaram por produzir um belo relato sobre as primeiras sete décadas da história do samba. E a beleza da homenagem está em dizer, e provar, que essa história se confunde com a biografia de Cartola, protagonista de seus principais dramas. Agenor, quer dizer, ANgenor de Oliveira era um homem comum, um boêmio, um morador da favela como tantos outros e com um talento que era impossível de ignorar.

As contradições de classe que o samba vive também estão lá, na história de Cartola. Reconhecido e venerado pela classe média alta, por intelectuais e artistas, viveu as dificuldades próprias dos moradores das favelas e dos bairros populares. Lapidar exemplo de tais contradições, que alguns de nossos maiores compositores vivem até hoje, é a história de quando, já famoso, vai trabalhar como contínuo em um Ministério. As vendas de parceria, a transformação dos blocos em escolas de samba, o namoro entre o samba e a bossa nova na década de sessenta, tudo está lá, na história de Cartola.

Mais que viver de samba, Cartola viveu de poesia, de boas amizades e de amor. Apesar de um começo um tanto confuso e uma cena com um djábo de um esqueleto que eu não sei para que serviu, o filme é bom simplesmente porque não há como algo sobre o compositor não o ser. Não há como não se encantar e sair do cinema sem querer ouvir todos os seus sambas e tomar uma cerveja gelada, batucando na mesa do bar e querendo viver em Mangueira, mesmo que a sua escola seja outra e você nem gostasse (veja o verbo no passado) tanto de música brasileira.

Obs.: Algumas informações do texto de André Videira que recebi por email.

segunda-feira, julho 09, 2007

Sei que ninguém mais agüenta ouvir falar disso, esse blog está até romântico demais, mas foi um dia tão incrível que não dá para guardar só para mim. O sábado, 07/07/2007, que alguns dizem ser cabalístico e blá blá blá mas eu nem sei o que isso significa, foi cheio de amigos, flores, cerveja e abraços apertados. Foi celebração de aniversário meu e da união da gente. Foi um casamento surpresa para os convidados e uma alegria imensa para nós. Num boteco, como sempre quisemos comemorar. Com os melhores amigos como testemunhas, com as palavras mágicas de quem as tira do coração e te emocionam do começo ao fim. Fomos abençoados e eu, que sempre quis morar numa casa grande para ter um jardim, agora tenho uma varanda cheia de flores coloridas, todas ganhas nesse dia. Tudo está mais cheio de amor e nós dois mais felizes. Amigos de perto e de longe, de ontem e de hoje uma energia positiva demais. Agora vou ali curtir a felicidade. Quem quiser ver mais, clica aqui. Saravá.

terça-feira, julho 03, 2007

36 meses, ou é véspera do meu aniversário

A gente começou assim, em 2004. Três anos se foram, amanhã faço 28, me torno oficialmente uma mulher pré-balzaca. Tenho falado nisso muito mais pelo engraçado desse conceito que pelo fato em si.
O bom mesmo é ver como a gente evoluiu, como a vida está melhor e mais feliz, o quanto o mês de julho agora tem ainda mais cor que simplesmente uma festa de aniversário. Agora são duas. Mesmo deixando de fazer cara de casal gracinha pra virar o casal munganga... OK, eu admito. Acho até melhor. Ele é o DJ oficial da trilha sonora da minha vida. Eu sou... o quê mesmo? Olha aí, amor, hora da declaração, hein? Pressão. :)

Hoje minha casa é onde você estiver, é no seu peito quando preciso de apoio, nas nossas risadas de uma simples bobagem falada, no aperto das contas na ponta do lápis, na delicadeza de um segurar a mão ao atravessar a rua... Que venham mais aniversários. De casamento e meus. Eu quero é mais motivos para fazer festa.

segunda-feira, julho 02, 2007

...

É que às vezes a gente se engana. E dói. Demais.