Existem alegrias várias no meu novo dia-a-dia de trabalho. O mais engraçado é trabalhar numa sala com rapazes e que, constantemente, esquecem que eu sou uma menina, uma mulher do sexo feminino e por mais que eu seja gente boa e descolada, certos assuntos não me interessam e me desconcertam. Hoje, no almoço, contavam piadinhas sexuais e um deles levanta a voz e diz: "ô gente, a Vanessa veio até de rosa hoje pra gente lembrar que ela é mocinha, bora mudar o papo aê". É, meu povo, aos poucos o coleguismo se instala nessa minha empreitada profissional.

Em dias como hoje, tenho vontade de sentar e chorar. Completamente impotente. Tem horas em que ser Deus seria de grande valia.

Vai começar de novo. Quatro dias sozinha, com medo de barata e com frio de madrugada. Um mal humor começa a se instalar em mim. É que quando tu viaja eu fico assim, toda coisada, contando as horas. Mas já fiz a lista: me entregar ao trabalho até a sexta, cortar e pintar cabelo, fazer unhas, depilação, terminar de ler o livro da Adélia Prado, ver peça dos alemães com a Sam no sábado, arrumar as bijouterias em caixas separadas de anéis, brincos e colares, dar um jeito de fugir do Fortal e escolher filmes para ver no fim de semana lá na sala de casa. Ai, ai, ai. E rezar. Pro tempo passar ligeiro. Volta logo amor... :/

Eu queria escrever sobre o novo filme do Batman mas tenho a impressão de que todo mundo o fará... mas tenho que dizer alguma coisa, é que me chateia muito o Heath Ledger ter morrido assim, sem ter visto a excelente repercussão de seu trabalho. O filme não é só sobre o Coringa, claro, mas é inegável que ele roube a cena, absolutamente todas as vezes em que aparece. Desculpa, Jack Nicholson, eu sei que você faz bem o papel do palhaço maléfico, mas o rapaz deu outra leitura e, que bom, que existem outras visões das coisas.

Odeio gente apressadinha que quer as coisas todas para ontem. Pior se a pessoa fica de cinco em cinco minutos perguntando se você já fez o que ela pediu. Muito pior é quando ela nem é sua chefe. Mais ainda quando você não tem chefe. Paciência e educação são coisas que, para mim, têm limite. E é bem rasinho.

Não tenho visto muita Tv e nem lido os jornais tanto quanto eu deveria. Há um esgotamento físico mas uma felicidade sem fim aqui dentro. Fim de semana foi de olho na primeira temporada de 24 horas ganha no aniversário pelo amigo querido que faz anos no mesmo dia que eu. Ainda gosto do Jack Bauer, mas fiquei meio enjoada por assistir assim, tantas horas seguidas. Da próxima vez - sim, eu quero a segunda temporada e a terceira, e a quarta...- eu vou dividir em sessões. Quase uma overdose.

É tempo de planejar as coisas da vida a dois e tem sido bom pensar nesses pequenos detalhes. É preciso parar para analisar as decisões e preparar os dias que se seguirão. Mas há vontade de que tudo dê certo e há amor, ah, há muito amor.

O cabelo está com tons de castanho e laranja e com mechas loiras e eu hoje caminhava no sol quente das onze da manhã e pensava que eu queria que eles estivessem bem longos, cacheados, vermelhos... tantas possibilidades.

Tenho tido os melhores almoços do milênio, nem tanto pela comida, mas pela companhia e os beijinhos na esquina do trabalho. Tem preço não, de jeito nenhum.

Os Correios prometem acabar a greve e eu acredito. Tenho encomenda para mandar aos States e outra que espero de lá. Carinho com sêlo postal.

Vem chegando mais um feriado e começo a pensar em planejar uma viagem boa, para a praia, esquecer da vida e lavar a alma na água salgada do litoral cearense. Alguém me sugere algo?

Essa semana estréia Nome Próprio, não tive muitas boas referências de quem viu a sessão especial semana passada no Espaço Unibanco Dragão do Mar, mas sempre gosto de ver a Leandra Leal interpretando. É filme brasileiro também, vou tentar conferir. Pelo menos, se não for bom, tem exposição do Brennand no mesmo lugar e eu mato as saudades de casa.

Ganhei vários livros no aniversário, na bolsa e na cabeceira atualmente, Gabriel García Marquez, "Do amor e outros demônios" e uma das personagens tem os cabelos muito longos e vermelhos... será um sinal?

Hoje tem despedida de amiga querida que vai fazer meu caminho inverso. Há quatro anos eu vim de Recife para Fortaleza, agora é ela quem vai. Ambas, querendo viver os seus amores e buscando um novo caminho profissional. Sorte, moça. Vai dar certo.

Acho incrível a minha capacidade de me adaptar às novas coisas. Às vezes me espanto comigo mesma. Tomara que seja sempre assim.

É que é meu aniversário e acordei bem cedo para organizar o dia. Mais tarde tem festa com os amigos queridos, do jeito que eu eu gosto. Tem vestido novo, sandália rasteira e um bolo a ser encomendado. E a minha vida revirou de ponta cabeça da semana passada para cá. Em poucos dias eu tenho um emprego novo, um salário melhor e muitos sonhos na cabeça prestes a se tornarem reais. Hoje vou no emprego antigo, assinar os papéis, receber dinheiro, dar adeus a dois anos e meio de trabalho. Sem nostalgia. Tava na hora. Disseram esses dias que eu tinha chegado na idade de colher o que eu plantei, que aos 29 meu ascendente agora predomina e que é a época do julgamento. Apesar de não saber qual o meu ascendente, fiquei pensando mesmo no que isso significa e na coincidência (?!) dessas coisas todas. Eu acredito em ciclos que fecham e se iniciam, em fases, em felicidade e em transformação. Sabe a história da lagrata que vira borboleta? Coincidentemente, ou não, borboleta é o significado do meu nome. Não sei, estou naquele dia de repensar tudo, de selecionar o melhor. Virando adulta, de verdade. Pré-balzaca. E querem saber? Tou achando é tudo muito bom. Saravá.