quinta-feira, maio 29, 2008

Ninguém segura o Sport, não

Eu, que nunca gostei de Edmundo, vulgo Animal, fiquei fã do cara, ó. Valeu, Edmundo!

E no Gtalk, a amiga Dani Amaral, me dá esse depoimento:

"Boto o medo no bolso e vou pro estádio. Uma cena compensa o sacrifício: times em campo, faltando pouquíssimos segundos para bola rolar, locutor puxa 'pelo Sport nada?' e o povo responde: 'tudooooooooooooo!' Meu Deus, o que é aquilo? 35 mil pessoas de braço levantado, pêlo do braço arrepiado... esqueço que me preocupei com assalto no caminho, que o carro tá mal estacionado, que não tem onde mijar, que levei banho de cerveja no cabelo, que me deram cotovelada nas costas, afe, afe, afe! Literalmente, pelo Sport, tudo! "

Só digo uma coisa, se a final for na Ilha, eu mando o trabalho às favas e vou pra lá nem que tenha que voltar na mesma noite e de jegue!

terça-feira, maio 27, 2008

Home sweet home

Viajar é muito bom, mas, juro, não há mesmo lugar como o nosso lar. E, no meu caso, encontrar a casa arrumada e o marido saudoso mais lindo dessa vida é a perfeição. :)

sábado, maio 24, 2008

Impressões de uma viagem

Maceió é uma cidade bonita, com prédios pequenos e muitas casas, ruas tranqüilas e trânsito fácl de guiar. Tem a orla mais perfeita que eu já vi. Já tinha vindo por essas paragens antes, mas em visitas rápidas. Uma coisa que me chamou atenção é que andei na rua sem preocupação, ou quase sem, de ser assaltada. Tirando um maluco que quase passou por cima da gente na orla com a sua bicicleta e sua boca cheia de palavrões quando eu reclamei, andamos sem medo. Mas tem o povo - desculpem, vou ter que generalizar - mais mal educado que eu já conheci nessas minhas andanças. Os bares são uma delícia, é verdade. O atendimento é razoável, quando pensam que eu sou européia - e isso sempre acontece para meu desespero - o atendimento é tão vip, tão vip que dá gastura. Apesar do litoral belo, se você não curte praia ou pelo menos não gostaria de ir TODOS os dias à praia, faltam opções de lazer. Fomos ao shopping do bairro e, meu Deus, nunca fui tão maltratada. Do tipo, pessoas esbarram em você no corredor, com força e fingem que nada aconteceu, nem olham para o lado. Vai ver o ematoma que se formou na minha perna pela pancada de uma sacola com algo pesado dentro foi uma ilusão, um delírio. Fomos ao cinema e era uma algazarra tão grande que imaginei estar numa churrascaria com telão e um DVD da Banda Calypso. A opinião de pessoas numa mesa de bar ontem à noite foi unânime, todos aqueles que se mudaram para a capital alagoana sofreram com a convivência. Vai ver por isso andam tantos pernambucanos juntos aqui. Se eu não gostei da cidade? Gostei sim. Se estou arrumando confusão com os alagoanos? É provável, e como tudo aqui é resolvido no gogó ou na bala - não é preconceito meu, juro - acho bom me preocupar com as próximas visitas à minha irmã nessa cidade. Amanhã chego em Recife e na segunda, de volta à Fortaleza, em casa. Muitas decisões tomadas e coração mais leve. Saravá, as coisas agora andam.

quinta-feira, maio 22, 2008

Pelo Sport tudo

Pois é, dei um tempo de endocrinologista, trabalho, aperreio, emails e telefonemas e comprei uma passagem promocional da GOL. Uma pessoa que tem 264 horas extras no Banco de Horas do emprego pode se dar ao luxo de tirar 48 de folga, concordam? Pois bem, cheguei em Recife na terça de madrugada e desde ontem à noite estou na pequena porém decente cidade de Maceió, onde reside minha irmã. Depois de uma volta rápida pela cidade com um taxista mala e um jantar light para a nossa genitora, um telefonema de amiga pernambucana que também reside em Maceió: tá rolando jogo do Sport, bora ver? Relutei, cansaço, mas no final cedi. Bora. Deixamos mainha em casa e rumamos para o bar que tinha pay per view. Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com um bar amarelão, repleto de rubro-negros fervorosos e bandeiras do Sport Club do MEU Recife em toda parte. Emoção total, me sentindo em casa. Skol gelada, xingamentos ao juiz e até torcida organizada. Foi como estar na Ilha do Retiro, só que sem alambrado. Noite perfeita, com direito a outro boteco que me lembrou muito o bom e velho Bar do Arlindo quando ainda era botequim e a cerveja era barata, só que com um repertório triste, parece que tudo nessa cidade alagoana é forró. O bordão da noite foi uma versão regional dos hits "chupa que é de uva" e "senta que é de menta": a moda agora é lambe que é de inhame. Tenho muitos medos do restante do feriado.

quinta-feira, maio 15, 2008

Fácil não

Aí eu finalmente fui a uma endocrinologista. Esperei 40 minutos para ser atendida mesmo tendo chegado na hora, esbaforida depois de ter fugido literalmente do trabalho. Vale a pena ver de novo na televisão da clínica chique - que quando eu marquei jamais sabia que era daquele jeito e juro que agradeci por ter saído arrumadinha de casa - e milhares de Revistas Caras espalhadas. Achei que estava na sala de espera de um salão de beleza, só faltava as manicures arengando uma com a outra - nota mental, escrever um outro texto sobre isso. Pois bem, fui atendida pela doutora, magra, elegante com suas sandálias cor de cobre que combinavam com a sua bolsa pendurada atrás da porta e suas bijoux. Ela vira pra mim e solta: "e aí, querida, o que está acontecendo de errado com você?" Eu, no auge da TPM, tive vontade de soltar foi tudo assim minha filha eu estou gorda feito uma baleia não tenho tempo nem de ir ao banco tirar dinheiro e olhe que eu já entrei no cheque especial minha geladeira tá vazia porque não tive folga pra ir ao super-mercado não agüento mais pedir comida pronta minha faxineira está com estafa a chefe surtou os chefes dela querem que eu tome uma posição e desconfio que vão me lascar semana que vem propondo que eu assuma mais responsabilidades do que eu já tenho não consigo receber dinheiros do meu cliente da empresa que estou abrindo e por isso não faço deslanchar meu negócio começo minhas aulas de MBA nesse sábado e só penso em tomar uma cerveja gelada no fim do dia mas tenho obrigações em casa e não tá fácil equilibrar a vida com tantas coisas e ainda ser feliz. Mas aí respirei e disse apenas que se estava ali era porque eu queria descobrir o que tinha de errado. Ela olhou meus exames disse que todas as taxas estavam ótimas - alívio total - e me pesou. Dois quilos a menos do que com a ginecologista há um mês. Atendeu o celular combinando um jantar com um casal de amigos, saiu imprimindo uma dieta longa, disse que eu deveria parar de tomar cerveja, deveria caminhar, fazer exercício e diminuir a massa. OK. Agora dá pra falar algo que eu não saiba ainda? Por fim, passou um remédio, uma pílula mágica para eu ingerir às 10h de todos os dias, para diminuir a ansiedade pela comida. Mas doutora, eu não sou ansiosa, eu como mal à noite e não faço exercícios, tanto que já perdi dois quilos só diminuindo a massa. Ah, querida, esse remédio é muito bom, você vai perder peso com tranqülidade, ele pode dar sonolência, enjôo ou até mesmo insônia, aí se isso acontecer você vem aqui pra gente trocar mas ele é muito bom mesmo. Fiz cara de paisagem, peguei o remédio e as tabelas de caloria que me deu e saí da sala. Acho que é assim que as pessoas se viciam em medicamentos. Joguei na primeira lixeira que encontrei. Gostei da dieta pré-pronta, vou segui-la mas jamais volto naquele consultório. Confio mesmo no que eu já sei de nutrição. Fácil não.

segunda-feira, maio 12, 2008

Diálogo no dia das mães

(toca meu celular, musiquinha especial e foto da mãe no visor)
- Mainha, eu quem tenho que te ligar hoje!
- (...)
- Mãe? Mainha?
(...)

tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu

(ligo de volta. ninguém atende. ligo de novo, ninguém atende. desligo, penso, tento depois. musiquinha de mensagem. "você tem uma nova mensagem de correio de voz". quando acessa a mensagem, uma barulheira e música de igreja. djábéisso?! liga para a irmã)

- Ei, cadê mainha?
- Tá na igreja, liga mais tarde, ela pode atender não.
- Oxe, mas ela me ligou agorinha!
- Deve ter sido sem querer, tou aqui vendo ela cantar na missa.
- Ahhhh... tá explicado.
- O que foi?
- Tinha uma mensagem de voz no meu celular, chega tomei um susto era uma ruma de aleluia que não se acabava mais. Tava achando já que tava num daqueles filmes de terror e era o som do meu velório.

(gargalhadas)

terça-feira, maio 06, 2008

Caminho aberto*

Estava muito bem penteado e cheiroso e sentou na cadeira do ônibus na minha frente. Uniforme de escola municipal, a mãe, sentada ao seu lado arrumava a gola a todo tempo. Do outro lado, mais duas crianças maiores, presumi serem seus irmãos, sentados conversando alto. Ele, calado, olhando pela janela. O ônibus demorou, pegou engarrafamento, as pessoas sacolejavam lá dentro e ele, parado, num mundo à parte. Fiquei imaginando o que eu pensava quando tinha a idade dele, que deve ser a mesma do meu enteado, dez anos. Eu não andava muito de ônibus naquela época, morava no interior e a maior parte dos meus trajetos era a pé. Ônibus só quando visitava a família na capital e acho que era uma aventura. Tantos prédios, tantas gentes e muitas histórias. Mas eu estava falando dele, não de mim.

A mãe puxou conversa com a moça ao meu lado, acho que vinham do mesmo lugar. Ela, dona de casa, todos os dias ia deixar os filhos na escola, aquele mesmo trajeto. Mas hoje estava demorado, o calor, as pessoas, a rua, o ar, os filhos, os vizinhos, bla bla bla. De repente ouviu a voz da menina mais velha, era hora de descer. Se apressou, pegou as bolsas e levantou. Se despediu apressada e deu sinal. Ônibus um pouco cheio, complicado para descer, ela empurrava colocando os filhos pra frente, não podiam perder a hora, estavam atrasados. O ônibus pára. Saem todos, mãe, um, dois filhos... e o garotinho que me chamou a atenção, sentado na cadeira à minha frente, olhos fixos na estrada. A mãe chamou, chamaram os irmãos. Ele, nada.

Eu levantei, desceria mais adiante. Olhei para ele, resoluto, calmo. Estava claro, ele havia decidido, não iria descer, não iria à escola. E aquilo foi tão forte, tão claro que eu nunca duvidei disso. A mãe subiu novamente no ônibus, passageros irrequietos, motorista impaciente, ela o arrastou. Fiquei de coração partido. Também queria eu ter seguido adiante, sem conhecer meu destino, apenas tendo a coragem de descobrir.

*Inspirado num garoto que vi semana passada e numa conversa que tive há tempos com ela.

sexta-feira, maio 02, 2008

Do que eu preciso

De sossego. Mais nada. Quer dizer, se me pagassem o que me devem também ajudava. E se assim eu conseguisse comprar meu carro. Se eu tivesse mais uns minutos de descanso de manhã também tava valendo. E se eu conseguisse equilibrar vontade e obrigação. É, sossêgo pode ser uma coisa bem ampla, né?